O Esporte Educacional

O Esporte Educacional

O esporte, tido como um instrumento no processo de educação de jovens e crianças, é tema bastante discutido na atualidade.

No entanto, o esporte, visto como ferramenta pedagógica, já era defendido no século XIX pelo pedagogo francês Pierre de Coubertin.

Ele desenvolveu o Olimpismo, conjunto de ideias que defendia o esporte como instrumento de educação dos jovens, os jogos e as competições como instrumentos do bom entendimento entre os povos do mundo e, por fim, o esporte disputado de forma amadora, evidenciando o fair play (jogo limpo), regido pela cordialidade e pela lealdade (SIGOLI, 2005).

Atualmente, uma ideia, pautada no senso comum, apoia de forma incondicional o esporte como instrumento de auxílio na educação de crianças e jovens. No entanto, entre os estudiosos da pedagogia do movimento humano, a utilização do esporte como instrumento educativo é tema bastante divergente.

 

De forma geral, vários autores convergem para os seguintes benefícios educativos da prática esportiva competitiva:

 

           DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE – A aquisição dos valores do fair play, do respeito, da consideração e da tolerância, assim como atitudes de integração e convivência; formação de um estilo de vida que atua como forma preventiva a comportamentos desviantes, ligados ao consumo de drogas e à prática de violência (BENTO, 2004).

EVOLUÇÃO PESSOALA participação esportiva proporciona uma evolução pessoal, possibilitando ao indivíduo a interação com o meio social, fazendo com que descubra suas potencialidades, suas competências. Dessa forma, o sujeito conscientiza-se sobre seus valores físicos e cognitivos, elevando a sua autoestima e a sua capacidade evolutiva (OSWALD, 1999).

O indivíduo consciente de seus limites, de sua força de superação e com a autoestima bem desenvolvida estaria mais apto a enfrentar os desafios da vida em sociedade.

SOCIALIZAÇÃO O esporte é elemento de inclusão do indivíduo em grupos sociais. A participação esportiva integra os atletas em equipes e grupos, os quais possuem organização social própria. Essa estrutura possui um conjunto de direitos e de deveres, que deve ser compartilhado por todos. O convívio social desenvolve no atleta a noção de que possui responsabilidades, não apenas com seus objetivos próprios, mas com as metas de todo o grupo social. Também proporciona a integração com a comunidade, seus valores e suas exigências, gerando a aceitação social, necessária para que se tenha uma vida harmoniosa (OSWALD, 1999; SAGE, 1998).

A socialização, por meio da prática esportiva, transmite valores aprendidos com o esporte para a vida. Dessa forma, mesmo que o esporte não forme excelentes atletas, estará auxiliando na formação de cidadãos valorosos, mais aptos ao convívio em sociedade.

Entretanto, existe uma série de estudiosos que questionam a validade educacional e a efetividade formativa da prática esportiva. Essa linha de pensamento crítica do esporte afirma que as práticas esportivas perdem suas características educacionais, posto que são, na maioria das vezes, orientadas a processos competitivos, que buscam de forma preferencial o resultado esportivo, ou seja, a vitória. Ao visar exclusivamente o resultado esportivo, a prática deixaria de atender às necessidades educacionais do esporte, copiando a prática esportiva de rendimento. Nesse sentido, a aplicação descuidada do esporte junto ao ambiente educacional pode estimular a seletividade e a exclusão, dando prioridade aos mais habilidosos ou aos participantes de constituição física mais desenvolvida. Pode, ainda, favorecer a ocorrência de atitudes violentas, desleais ou ainda desonestas (SIGOLI, 2005).

Apesar da divergência a respeito dos valores educativos do esporte, não seria prudente, em uma primeira análise, julgar o esporte como uma ferramenta educativa incontestável, nem como uma prática deletéria à formação dos jovens em função da hipercompetitividade, pois, de acordo com a citação registrada por Taffarel (2000, p. 25), “o desporto não possui nenhuma virtude mágica. Ele não é em si mesmo nem socializante e nem antissocializante. É aquilo que se fizer dele”.

Atendimento

SP (11) 94020.7364 (whatsapp)  / SC (48) 99968.3800

Estamos nas Redes